quinta-feira, 3 de maio de 2012

1 É COMPETÊNCIA DO CATEQUISTA...




1.1 ORGANIZAR E DIRIGIR SITUAÇÕES DE APRENDIZADO

Fazer com que um encontro de catequese aconteça, consiste muito mais do que seguir um livro contendo informações para que isso venha acontecer, dessa forma é simplesmente aceitar algo pronto, acabado e colocando como fonte absoluta, seria como que caminhar apenas por uma estrada utilizando apenas um único meio de conduzir e ser conduzido e ao mesmo tempo é estar cruzando os braços ao invés de lançar-se para a busca de outras fontes, principalmente nos próprios documentos da Igreja, neste sentido é uma competência organizar situações de aprendizados a partir do que nos é oferecido pela própria Igreja, da capacidade de interpretação dos materiais da mesma, daquilo que de melhor nós temos, analisar, sintetizar e dirigir sempre para o caminho do que é melhor.

Nem sempre o exercício é o meio de se saber e verificar a aprendizagem, daí a importância da preparação do encontro para que o catequizando passe a enxergar de maneira horizontal, sempre em busca do conhecimento das coisas de Deus, e que este possa externar seu conhecimento não apenas de uma resposta quando lhe é dirigida uma pergunta.

O catequizando não é uma tábua vazia, fazer um levantamento prévio para depois passar o conhecimento religioso é um dos passos a serem tomados, até mesmo porque ninguém chaga vazio. A essência está em construir e reconstruir ao longo do tempo. Conhecer não é acumular conhecimento, mas saber interpretar e ter uma visão de mundo a partir do conhecimento religioso também, um dos fatores que mais contribuem para o caus, em que se encontra a nossa sociedade é o enlarguecimento da visão cientifica e o encurtamento de uma visão religiosa, em que a catequese precisa se preocupar, principalmente nas sociedades capitalistas.

Trabalhar em cima dos erros antes de corrigi-los diretamente, pois desta forma, poderá causar constrangimentos, o ideal é refletir para o que é certo a partir do erro, e ter a paixão, é preciso ser apaixonado pelo que ensina para fazer apaixonar quem irá aprender ou quem está aprendendo.

Sem planejamento ninguém vai a lugar nenhum, o primeiro passo é repensar o projeto pedagógico, com o plano de ação catequética voltada para a formação dos cristãos. Sem perder de vista as necessidades do meio em que o catequizando vive. Perrenoud mostra um caminho para uma avaliação eficiente:

  • Deve e incluir apenas atividades contextualizadas;
  • Contribuir para que os catequizandos desenvolvam ainda mais suas capacidades;
  • Trabalhar de forma mais sensível do que técnica.

1.2 ADMINISTRAR AS PROGRESSÕES DAS APRENDIZAGENS

O catequista é também um administrador, pois cabe a ele não apenas dirigir e organizar o aprendizado de seus catequizandos, mas também administrar para que haja o crescimento e a progressão, como já nos mostra 2ª Pedro 3, 18 “Antes procurai crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, desde agora, até o dia da eternidade. Amém”. Para que isso venha realizar é necessário que a catequese esteja organizada para tal ação, depositar a responsabilidade em cima dos catequistas apenas é caminhar para a incompetência, apesar de serem eles também o elemento chave desta pastoral.
Fica de responsabilidade do catequista: administrar, governar e dirigir o aprendizado de cada um de seus catequizandos:
  • Fazer um balanceamento de aprendizado;
  • Modelar constantemente situações de aprendizados não se atendo a dar encontro de uma única maneira;
  • Há um ciclo de aprendizado, eu ensino eu aprendo, eu levo eu trago, eu falo eu escuto parceria perfeita entre catequistas e catequizandos.

Agora está em uma boa hora para os catequistas se perguntarem: Estamos realmente catequizando? Se estivermos catequizando, nossos catequizandos estão realmente aprendendo? De que forma está organizada a catequese em que me encontro? A catequese contribui realmente na formação do cristão para que este venha transformar e melhorar a sua realidade? Ou não são os catequistas também os responsáveis de melhorar as situações existentes? Partindo destes questionamentos obteremos várias respostas, mas uma coisa é certa, o catequista é mais do que nunca um pedaço de Deus na terra, pois a ele foi dada uma responsabilidade não humana, porém Divina.

1.3 TRABALHO EM EQUIPE

De que forma eu estou trabalhando? Na sociedade, na família, na escola, na igreja? Em equipe? Trabalhar em equipe é uma questão de competência e não de querer, pressupõe igualmente e também a conversão de cooperação. Em qualquer lugar que for trabalhar e desenvolver um trabalho se faz necessário um trabalho em conjunto com a equipe. Uma equipe é formada basicamente de:
Um líder – pessoas – projetos – destinatários – calendários – tempo de iniciar – tempo de terminar - responsabilidades
 
 



O trabalho em conjunto torna-se uma necessidade, ligada mais à evolução do ofício do que a uma escolha pessoal. Como inicia uma equipe?  Duas ou três pessoas começam a colaborar, e outras se juntam a elas; uma rede de cooperações nasce antes de ser reconhecida como equipe. “Uma equipe perde o vigor se não consegue trabalhar sobre o trabalho” (Phillipe Perrenoud, apud Hutmacher, 1990). O verdadeiro trabalho de equipe começa quando os membros se afastam do “muro das lamentações”, para agir utilizando toda a zona de autonomia disponível e toda a capacidade de negociação de um ator coletivo que está determinado, para realizar seu projeto e obter os recursos e os apoios necessários.

1.4 INFORMAR E ENVOLVER OS PAIS

Há muito tempo ou por muitas vezes a catequese vem caminhando sozinha, no sentido de não ter a participação dos pais – os primeiros catequistas -. Como foi citada no tópico anterior a questão de equipe, os pais são de total importância, é por meio deles que a catequese não se limita a “quatro paredes”. Os pais juntos à catequese é o casamento perfeito, um complementa o outro: pais – catequistas – catequizandos = VERDADEIRA CATEQUESE. A pastoral catequética em certos momentos esquece de que a primeira etapa acontece dentro de casa, depois passa pela catequese e em seguida perpassa por toda a vida do cristão, por isso é importante à interação entre família e catequese, pois uma forma a outra, a família educa primeiro depois passa a contar com o apoio da catequese, para que futuramente esta venha assumir o seu papel na comunidade que é fruto desta criação.

1.5 ADMINISTRAR SUA PROPRIA FORMAÇÃO CONTINUA

Formar-se é aprender a cada dia, aprendizado é um processo a ser administrado cotidianamente, administrar é muito mais que escolher e discernir, administrar aprendizado é inovar. Saber administrar sua formação continua, hoje, é administrar bem mais do que saber escolher com discernimento entre diversos cursos em um catálogo... Formar-se é aprender, é mudar, a partir de diversos procedimentos pessoais e coletivos de autoformação, esses procedimentos podem-se mencionar a leitura, a experimentação, a inovação, o trabalho em equipe, a participação em um projeto, a reflexão pessoal regular, a redação de um jornal ou a simples discussão com os colegas.

Referência:

PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

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